A recente regulamentação do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que autoriza farmacêuticos a prescrever medicamentos isentos de prescrição (MIPs), representa um avanço significativo para a saúde pública e para a valorização da nossa profissão. Como farmacêutica, vejo essa conquista como um reconhecimento do nosso conhecimento técnico e da importância do nosso papel no cuidado com a saúde da população.
O farmacêutico sempre foi um profissional essencial na orientação sobre o uso correto de medicamentos. No entanto, nossa formação vai muito além disso. Temos profundo conhecimento em farmacologia, interações medicamentosas, segurança dos fármacos e suas aplicações terapêuticas. A permissão para prescrever MIPs não é um privilégio, mas um reconhecimento de uma competência que sempre foi nossa.
Agora, com essa regulamentação, podemos atuar ainda mais ativamente no atendimento aos pacientes, garantindo que o uso dos medicamentos seja feito com segurança e eficácia. Para diversas condições de saúde, como dores leves, alergias e desconfortos gástricos, podemos oferecer soluções rápidas e baseadas em evidências científicas, sem que o paciente precise enfrentar filas em unidades de saúde para obter orientações que já estão ao nosso alcance.
A automedicação sem orientação adequada é um dos maiores desafios da saúde pública. Muitas pessoas fazem uso indiscriminado de medicamentos sem conhecer suas contraindicações, efeitos colaterais e possíveis interações. A atuação do farmacêutico na prescrição de MIPs ajuda a reduzir esse problema, pois proporciona um atendimento qualificado, evitando erros e garantindo que cada paciente receba a melhor opção terapêutica para sua necessidade.
O farmacêutico sempre foi o primeiro profissional de saúde procurado pelas famílias, atuando como referência na orientação e segurança do uso de medicamentos. Essa relação de confiança se mantém ao longo do tempo, pois todos nós temos ou já tivemos um farmacêutico de referência. Com a prescrição farmacêutica, ampliamos nossa atuação clínica, proporcionando um atendimento mais completo e acessível. Seguimos comprometidos em oferecer um cuidado qualificado, embasado cientificamente e integrado ao trabalho multidisciplinar na assistência à saúde.
Além disso, esse novo cenário melhora o acesso da população ao tratamento correto, especialmente em locais onde o atendimento a saúde pode ser mais limitado. O paciente sempre contou com o conhecimento do farmacêutico para iniciar o tratamento adequado com segurança, e, quando necessário, será devidamente encaminhado para outro profissional de saúde.
A prescrição farmacêutica já é uma realidade consolidada em países como Canadá, Reino Unido e Portugal, onde a participação ativa do farmacêutico tem reduzido internações hospitalares e melhorado a adesão aos tratamentos. No Brasil, essa medida chega para fortalecer ainda mais o sistema de saúde, garantindo que o paciente tenha um atendimento mais ágil e seguro.
Sempre defendi a ideia de que a farmácia é um espaço de cuidado e promoção da saúde, e essa regulamentação reforça essa visão. Não se trata apenas da prescrição de medicamentos, mas da ampliação da nossa atuação como profissionais de saúde qualificados.
A farmácia não é apenas um local de compra de medicamentos; é um ambiente onde o paciente encontra orientação especializada, acompanhamento do tratamento e soluções personalizadas para sua saúde. Essa nova regulamentação fortalece essa abordagem, colocando o farmacêutico como um agente ativo na assistência primária.
A autorização para a prescrição de MIPs não apenas valoriza o papel do farmacêutico, mas também beneficia diretamente a população, garantindo mais acesso a tratamentos seguros e eficazes. Esse avanço reafirma a importância da nossa atuação e abre portas para uma farmácia cada vez mais integrada ao cuidado com a saúde.
Este é um momento de transformação, e estou orgulhosa por fazer parte dessa evolução. O farmacêutico sempre esteve ao lado dos pacientes, e agora, com essa nova atribuição, podemos oferecer um atendimento ainda mais completo, reforçando nosso compromisso com a saúde e o bem-estar da sociedade.
Por: Dra Silmeri Bolognani – Farmacêtica homeopata e esteta
CEO do Instituto Bolognani – I consultório farmacêutico do Brasil
CRFRJ 11685
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