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Oratória é coisa de mulher? Sim!

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Foto: mctic.gov.br on Visualhunt.com / CC BY

 

É muito comum observarmos mulheres competentes, empoderadas, inteligentes e, até mesmo, mulheres que já ocupam cargos de poder e que até já exercem uma grande influência na sociedade fugirem dessa responsabilidade ou alegarem despreparo, nervosismo e ansiedade no ato da fala.

“Existem três elementos cruciais para entender esse fenômeno na vida das mulheres, por onde também poderemos construir as alternativas de superação e de libertação delas”, conta Sirley Maciel, analista comportamental e escritora.

O primeiro está associado à condição da fala feminina, considerada social, cultural e historicamente como uma fala de segunda ordem. Mesmo ocupando cargos de chefias, de liderança e de destaque na sociedade, as mulheres não consideram esses espaços como seus. Elas alegam se sentirem radiografadas, julgadas, observadas e expostas.
“Esses sentimentos desconfortáveis geram vários mecanismos de desculpas e de resistência das mulheres para não enfrentar os espaços de fala pública”, relata a especialista. Uma alegação muito comum é de que as mulheres constrangem mais que os homens e que os mecanismos de constrangimentos vindo dos homens são diferentes daqueles vindo de mulheres, sendo esses mais cruéis.

A segunda constatação é de que a fala masculina vem sendo historicamente classificada como a fala normativa, padrão, correta e de poder.

Nesse sentido, as dificuldades das mulheres só se ampliam. “Elas, nos espaços públicos, estão sempre em lugares que não são considerados delas, sendo observadas, como uma voz errada, feia, fina e que não passa segurança, verdade e confiança. Isso porque a voz masculina é considerada, inclusive pelas próprias mulheres, como detentoras de uma voz forte, bonita, imponente e que passa a verdade, segurança e confiança”, explica Sirley.

A terceira constatação está nos corpos, gestos e posturas de homens e mulheres. Ao se sentirem inseguros os homens tendem a enfrentar os desafios com uma postura gestual e corporal que representam segurança, confiança e determinação. Isso porque a oratória é algo que estaria inerente à condição de gênero para os homens.
Assim sendo, eles jamais admitem ou expressam as reais condições e os reais sentimentos nesses momentos de exposição pública. As mulheres tendem a ser mais sinceras e contam ou expressam todo seu desconforto, insegurança e o mal estar que sentem nesses momentos de atuação pública.

O que fazer para tornar esses momentos mais gratificantes, prazerosos e produtivos para as mulheres? A especialista explica:

1) Trabalhar e desenvolver a autoestima nas mulheres;

2) Realizar treinamentos de comunicação e oratória exclusivos para mulheres e, de preferência, por pessoas que tenham pesquisas e compreendam as diferenças e necessidades específicas das mulheres;

3) Desenvolver novas pesquisas para ajustar as necessidades técnicas da oratória às necessidades das mulheres. Reconhecer em sua comunicação e oratória as qualidades, diferenciais e eficiências que tornam a comunicação feminina uma necessidade para a oratória moderna. Minimizar os efeitos destrutivos das relações machistas e preconceituosas que penduram e das quais as mulheres ainda estão sujeitas.

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