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Prática de exercício reduz o risco de complicações cirúrgicas

Pessoas com baixa capacidade física estão quatro vezes mais expostas a complicações cirúrgicas se comparadas com pessoas mais ativas. Isso quer dizer que quem não consegue realizar atividades simples do dia a dia, como por exemplo subir e descer escadas, está mais vulnerável a resultados desfavoráveis após cirurgias.

A conclusão faz parte de um estudo do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) com 300 pacientes submetidos a artroplastia total de joelho e quadril, procedimento ortopédico que substitui partes desgastadas destas articulações por próteses.

“Essa iniciativa faz parte de um esforço do Instituto para desenvolver métodos de avaliação de risco cirúrgico, especialmente para os pacientes ortopédicos do SUS. As informações obtidas estão sendo utilizadas para desenvolver uma espécie de calculadora para profissionais de saúde, capaz de identificar de maneira simples as chances de um paciente específico ter problemas após a cirurgia”, explica Conrado Torres, pesquisador do INTO.

Exercício
Resultado de pesquisa do INTO marca o Dia Mundial da Atividade Física, celebrado na quinta-feira (6).

Ainda segundo a pesquisa, outros problemas de saúde, indiretamente ligados ao sedentarismo, também podem prejudicar o sucesso do tratamento ortopédico. Aqueles que possuem altas taxas de gordura no sangue servem como exemplo, já que também apresentam maiores chances de enfrentar reinternações, infecções, deslocamentos de próteses e outros problemas após o procedimento cirúrgico.

Além disso, entre os 130 pacientes do estudo submetidos a artroplastia total do quadril, que foram acompanhados, 60% eram hipertensos, 20% diabéticos e apenas 14% tinham uma condição física adequada, ou seja, conseguiam cuidar de si sozinhos e realizar as atividades diárias sem dificuldades.

“Esses resultados nos mostram que os principais desfechos negativos após uma cirurgia ortopédica complexa, como a artroplastia, podem ser evitados por meio de um estilo de vida fisicamente mais ativo. É importante ressaltar que qualquer exercício conta e traz benefícios, como ir caminhando ao trabalho”, reforça Conrado.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 10 mil artroplastias são realizadas por ano no Brasil, sendo quase 10% delas no INTO. Pensando nos altos números, desde agosto de 2020, o Instituto começou a aplicar um questionário com pacientes internados sobre a realização de atividades físicas no cotidiano, como subir escadas e caminhar, além do hábito de praticar esportes. O grupo foi acompanhado por até um mês após a cirurgia de artroplastia para observar o perfil daqueles que sofriam complicações.

“Nosso objetivo maior é permitir entender, em um futuro próximo, as chances de sucesso de diversas cirurgias ortopédicas através de testes físicos, como os de caminhada, salto e equilíbrio, que podem ser feitos com equipamentos simples como cones e fitas métricas. Queremos minimizar os riscos cirúrgicos com processos baratos e acessíveis a todos”, finaliza Conrado.

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