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Não é só preconceito, é preconceito inconsciente

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Somos capazes de adotar conceitos respeitosos e amorosos na relação com o mundo? Temos que nos permitir, por humildade, ser apontados quando praticamos o preconceito inconsciente. E, se queremos o milagre da transformação social, sejamos nós o milagre.

Tudo muda todos os momentos. Nunca vi à minha volta nada daquilo que eu não quis pra mim. Sem desrespeitar o ponto de vista das pessoas, coloco aqui o meu ponto de vista como prova de satisfação e realização. E convido você a pensar comigo sobre como é possível atravessar esta vida longe de coisas que nos incomodam. Mas terá que acreditar em mim, apenas nas palavras que dou como testemunho.

Creiam, sempre que nós nos transformamos, permitindo olhar por diversas vertentes para o universo que nossos olhos alcançam, é possível entender como o nosso poder é transformador. É o poder de como se quer. Nada daquilo que não quero, nada, nada mesmo, acontece à minha volta e nem mesmo pra eu ver, mesmo que para apenas ver. Sempre, sempre que titubeei meus pensamentos e alterei meus sentimentos, aí sim, deu descontrole, deu desalentos, desfrouxo de situações, porque tudo dependeu de mim.

Como faço para acreditar nisto? Me uno aos que se assemelham a mim, à forma como vivo, como penso. Me uno aos que aceitam ser ensinados. Aceito aprender. Se não gosto do inferno, o que vou fazer lá? Se lá estive e consegui sair porque não gostei, porque devo voltar? Em torno de mim não tem racismo. E por isso mesmo nunca estou constante com pessoas que não querem mudar. Sendo assim, o meu tempo não é tão longo como este citado, por alguns descrentes, em que teríamos que viver milhares de anos para ver. Eu vejo aqui e agora, porque mudo e faço a mudança. O segredo é aprender com as experiências. Na verdade, é estar disposto a aprender com elas. E como sabemos, estamos em constante evolução sim, mas esta evolução é palpável, perceptível, possível.

Eu não vivo o racismo, senão através da mídia que insiste em disseminar este conceito. Preconceito? O preconceito é inconsciente e já existe em nós desde sempre. Já nascemos com ele, a partir do medo do diferente. Temos muito que atentar para o fato de que o preconceito inconsciente nos faz tomar decisões onde você não enxerga o desvio que você comete ao tomá-las. Isto ocorre porque o preconceito inconsciente é uma tentativa de demonstrar para as pessoas que não somos preconceituosos de forma deliberada. Racionalizamos de maneira a elencar formas, ferramentas que permitam que o grupo ao qual pertencemos e ao qual precisamos influenciar, perceba que somos bastante liberais e que não somos preconceituosos, considerando que aceitamos isto ou aquilo que possa ser diferente do tradicional quanto aos conceitos sociais. Apenas tememos o que desconhecemos e é mesmo uma forma de cuidado alheio e para conosco.

Existem pessoas boas e pessoas más. Aprendi porque eu quis aprender. Vejo e vivo aquilo que escolho. Não insisto em sofrer, quer dizer, sentir dor por aquilo que me contraria os sentidos, a percepção. Desde que percebo o bem, escolho o bem. Não são as posições sociais das pessoas, nem a raça, nem a cor, nem qualquer outra coisa que me apresentam as diferenças entre mim e os outros seres humanos que me impedem de conviver e desfrutar da vida com estes ou aqueles. Entendo que eu seja ou mais ou menos, conforme àquele a quem me comparo. Como me penso em missão neste mundo, não sou melhor nem pior, apenas sou, ou melhor, estou.

Precisamos nos permitir que os outros nos mostrem quando praticamos o preconceito inconsciente, para ajustarmos ao nosso cérebro a condição de aceitar o diferente, desde que se perceba que não nos fará mal algum. Desde que nos permitamos ser apontados quando estamos praticando inconscientemente a distorção da defesa do que possa me parecer estranho. Se fizermos desta maneira, conseguiremos multiplicar o mesmo comportamento, e a partir daí conseguiremos multiplicar conceitos mais humanos e ainda torná-los mais comuns cada vez mais. Aprenderemos, assim, a identificar o que nos ameaça e aquilo que não nos colocas em risco. A base disto é a auto defesa daquilo que nos é diferente, estranho, desconhecido e assim por diante, que promove uma defesa e então o ato de evitar.

Acredito que enquanto não nos permitirmos entender como somos, onde nos cabe ser, com quem, como podemos ser, por onde devemos passar, continuaremos tropeçando nas mesmas “pedras” em quaisquer caminhos que façamos. Temos que mudar com o mundo, no movimento dele, na medida que estamos nele. Temos que reconhecer onde estamos. Somos todos humanos entre os humanos. Quem somos e como estamos se forma através da nossa consciência sobre ser e como ser. É aprendido. Nosso cérebro espelha o comportamento. Portanto, se apenas ouvimos que não devemos não basta, temos de ver aquele que me diz isso, com suas ações e atitudes.

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