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O LUTO NEONATAL – UMA DOR QUE NÃO TEM NOME

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Foto: Visualhunt

 

Apesar de muito comuns, as perdas gestacionais e neonatais ainda continuam um tabu na nossa sociedade. Aquele que perde os pais é chamado órfão, o que perde o esposo é denominado viúvo. E aquele que perde o filho, que nome tem? Ninguém ousou atribuir um nome para carregar uma dor tão profunda.

O luto nessas ocasiões é muitas vezes vivenciado de forma discreta pelo casal e pela família, a maioria evita tocar no assunto doloroso. Existe um constrangimento em colocar o sofrimento em pauta. As mães que perderam seus bebês relatam que muitos não sabem o que dizer, minimizam seu sofrimento e até as pressionam para ter outro bebê logo, como se a vinda de outro filho fosse saldar essa dor.

Mesmo passado um longo tempo após a perda, muitas relatam que sentem como se fosse ontem, com muitos detalhes. Quando se deparam com algumas situações que remetem ao que viveram, as mães são arrebatadas por sentimentos confusos como culpa, sensações de perda de controle e de fracasso. A memória do trauma é armazenada no cérebro de uma maneira diferente das memórias comuns.

Por isso, buscar ajuda é muito importante. Algumas mães que passaram pelo processo terapêutico, por sua vez, relatam que jamais esquecem o filho que partiu, mas o sofrimento não está mais tão pungente. Que ao dar voz própria a essa dor, conheceram uma força que não tinham e que agora podem usar essa força para vencer qualquer desafio, adquirindo um maior senso de autoeficácia na vida.

 

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