Matérias e Colunas

10 mitos sobre o câncer

cancer interno
Foto: Visualhunt

 

Garantir o acesso a informações qualificadas e verídicas pode salvar vidas e evitar que notícias falsas funcionem como instrumento de redução desse alarde negativo sobre um assunto tão sério e delicado. Segundo GLOBOCAN 2018 – estudo liderado pela International Agency for Research on Cancer –, um a cada cinco homens e uma a cada seis mulheres irão desenvolver câncer ao longo da vida. Só no Brasil, de acordo com levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 600 mil brasileiros deverão receber o diagnóstico da doença ainda neste ano.

Esses números elevam a preocupação da população em relação à doença, que acaba sendo vinculada a diversos mitos. Hoje, ferramentas de busca online e compartilhamento de mensagens por aplicativos são verdadeiros proliferadores das chamadas fake news da saúde. Por isso, o fornecimento robusto de informação é uma eficaz forma de combater notícias sem embasamento científico.

A conscientização sobre o câncer é a melhor ferramenta para o combate e diagnóstico precoce de tumores malignos. Para ajudar nessa missão, o médico oncologista do Centro de Excelência Oncológica, Dr. Carlos de Andrade, esclarece uma série de mitos sobre a doença. Confira:

 

  1. Reincidência tumoral é incurável:

É muito importante saber que, quanto mais precocemente for feito o diagnóstico, mais chances há de se ter sucesso no tratamento. E tudo depende essencialmente do tipo e do estágio desse tumor. “É possível que surjam diversas complicações, mesmo após a doença ter sido tratada, caso ela seja descoberta de forma tardia. Por isso, é imprescindível que cada caso seja analisado individualmente”, explica o Dr. Carlos de Andrade.

  1. Realização anual de mamografia eleva o risco de mulheres desenvolverem tumores malignos:

Esse é um boato recorrente, que ganhou ainda mais força nos últimos anos com as redes sociais. Recentemente, uma nova onda de fake news invadiu grupos de WhatsApp por conta de um vídeo que passou a circular e que, supostamente, trazia dados, comprovando que a realização anual do exame aumentaria o risco de mulheres desenvolverem tumores malignos.

Todos os anos, cerca de 60 mil brasileiras recebem o diagnóstico de câncer de mama. Este é o segundo tipo de tumor que mais atinge as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. “É compreensível que o diagnóstico gere preocupação. Contudo, é essencial salientar e divulgar que a doença tem tratamento e que as chances de recuperação total das pacientes quando o diagnóstico é realizado precocemente ultrapassam a marca de 95% dos casos”, explica Andrade. A principal ferramenta para que isso seja possível é a mamografia, exame que deve ser realizado anualmente a partir dos 40 anos e capaz de detectar um nódulo antes mesmo que ele se torne palpável.

  1. Consumo de adoçantes ocasiona câncer:

Há muitos anos, o adoçante gera desconfiança em relação à segurança na saúde de quem opta por utilizá-los e, por isso, há ainda quem prefira ingerir o açúcar. Pesquisas antigas realizadas em ratos, utilizando altas quantidades de adoçantes com ciclamato, indicaram que de fato adoçantes causavam câncer. No entanto, análises atuais realizadas com outros tipos de adoçantes não foram capazes de confirmar essa associação.

  1. Toda mulher que contrai HPV terá câncer:

O vírus do HPV é a principal causa do desenvolvimento do câncer uterino. Porém, existem 40 tipos de vírus e nem todos levam à doença. “Esse é um tipo de câncer que se desenvolve coligado a outros fatores, como múltiplos parceiros sexuais, tabagismo, baixa imunidade”, esclarece Dr. Carlos.

  1. O câncer antes dos 30 anos é 100% hereditário:

O câncer hereditário se manifesta predominantemente em pacientes com menos de 50 anos. Entretanto, só 10% dos cânceres são hereditários, enquanto os outros 90% têm relação com o estilo de vida. “É importante ter conhecimento do histórico familiar, entretanto, outro ponto crucial na prevenção do câncer antes dos 30 anos são os hábitos do dia a dia – como alimentação saudável, prática de exercícios físicos, consumo controlado de bebidas alcoólicas”, comenta Andrade.

  1. Refrigerante pode causar tumores:

Não é novidade que o consumo de bebidas açucaradas como o refrigerante faz mal à saúde. Médicos e nutricionistas sugerem, inclusive, que o consumo desse tipo de produto seja abandonado para que a pessoa tenha uma qualidade de vida melhor e a chance de ter diversos tipos de doenças seja menor. Porém, muito tem se falado que, além da obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, o refrigerante também causa câncer.A ingestão de refrigerante não tem relação direta com a doença. O consumo pode levar a outros tipos de problemas de saúde, gerando, posteriormente, o surgimento do câncer.

  1. Câncer de tireoide tem hipotireoidismo ou hipertireoidismo como sintomas:

A tireoide é uma glândula que produz hormônios responsáveis por diversas atividades no corpo humano, e fica localizada na parte anterior do pescoço, abaixo da região conhecida como “pomo de Adão”. A secreção aumentada deles provoca o hipertireoidismo, enquanto a secreção diminuída o hipotireoidismo. Em 90% dos casos, os nódulos detectados são benignos, ou seja, o surgimento de nódulos não constitui de fato um câncer. Em caso de anormalidade, é aconselhável que a pessoa procure ajuda médica para investigação.

  1. Ingestão de leite pode causar câncer ou prejudicar o tratamento de um paciente oncológico:

A ingestão do leite é constantemente alvo de debates entre especialistas e  consumidores. Conhecido como uma ótima alternativa para a prevenção da osteoporose, o leite também é associado ao surgimento do câncer. “O consumo de leiteem grandes quantidades é associado a algumas doenças que podem aumentar o risco do surgimento do câncer, como a obesidade. Contudo, é importante observar que, até o momento, não há estudos que evidenciem a associação direta do leite na origem de tumores”, explica o oncologista.

  1. Implantes de silicone podem causar câncer de mama:

O câncer de mama é uma doença que acomete a glândula mamária, sobretudo os dutos e lóbulos. Porém, as próteses de silicone são vistas para alguns como um fator para o surgimento da doença. Apesar de ser uma questão levantada há anos, estudos comprovaram não haver relação entre o uso de próteses com o câncer de mama. “A avaliação periódica e realização de exames para monitoração de câncer de mama são igualmente aconselháveis tanto para as mulheres com implantes quanto para as que não possuem silicone”, enfatiza o médico.

  1. Depilação a laser ou com luz pulsada podem ser fatores para surgimento do câncer de pele:

Esses tipos de procedimentos acabam gerando grande dúvida, porque as pessoas confundem os métodos utilizados com os raios ultravioletas e Raio-X. Os raios que representam de fato riscos à saúde, como os emitidos pelo sol, são capazes de atingir camadas mais profundas no corpo e não têm um critério de destruição, prejudicando o tecido. “Sabe-se que a luz emitida nesse tipo de procedimento não transpassa as camadas mais profundas. Entretanto, o cuidado recomendável é evitar a depilação a laser ou luz pulsada em áreas com sinais e pintas”, finaliza o oncologista.

Compartilhe esse artigo!

Gostou desse artigo? Comente!

Quer divulgar o seu negócio aqui?
Chame no WhatsApp!