Matérias e Colunas

A EXTINÇÃO DAS ABELHAS E O COLAPSO MUNDIAL

interna abelha

 

Albert Einstein previu no século passado que, se as abelhas desaparecessem da superfície da terra, o homem teria apenas quatro anos de vida. E é muito preocupante quando você lê as últimas notícias sobre a quantidade de abelhas mortas no mundo e que estamos passando por um fenômeno denominado “síndrome do colapso das colônias”.

Todos os fatores responsáveis pela morte desses insetos polinizadores estão associados ao sistema agrícola que predomina no agronegócio: o desmatamento, catalisado pela expansão das fronteiras da agricultura de larga escala, que destrói os habitats naturais das abelhas e limita suas áreas de sobrevivência; a homogeneização das paisagens, resultado das monoculturas, que restringe a diversidade e abundância de flores; e, principalmente, uso indiscriminado de agrotóxicos, que envenena e extermina as populações destes insetos.

Muitos não sabem exatamente a importância das abelhas e por que a preservação delas é muito importante. As abelhas prestam um significativo serviço ambiental com a polinização, a manutenção dos ecossistemas naturais, a manutenção dos ecossistemas agrícolas e, consequentemente, a produção de alimentos. Segundo a FAO, 75% dos cultivos destinados à alimentação humana no mundo dependem da polinização das abelhas, a morte delas afeta, portanto, toda a cadeia alimentar.

Segundo o jornal Repórter Brasil, apicultores brasileiros encontraram, na região sul, meio bilhão de abelhas mortas desde o início do ano. O principal fator é o uso desenfreado de agrotóxicos e principalmente o uso do inseticida à base de Fipronil e Glifosato, proibido na União Europeia há mais de 10 anos.

Em 2019, foram liberados registros de mais de um agrotóxico por dia. Em números, existem 2.123 produtos elaborados com agrotóxico em circulação. O governo autorizou 54 novos agrotóxicos no mercado. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, no comando da Frente Parlamentar da Agropecuária, aprovou junto à bancada ruralista o “Pacote do Veneno”. A aprovação do PL 6299/2002 em uma comissão especial do Congresso abriu caminho para a tramitação de um pacote que, na prática, reduz drasticamente as atribuições do Ibama (meio ambiente) e da Anvisa (saúde) no processo de licenciamento desses produtos. O Brasil tornou-se, então, o maior consumidor de agrotóxico do mundo!

A lei federal 7.802/89 dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.

O parágrafo seis diz que é proibido o registro de agrotóxicos, seus componentes e afins para seguintes termos: os resíduos não podem provocar riscos ao meio ambiente e à saúde pública; se não houver antídoto ou tratamento eficaz no Brasil; que revelem características teratogênicas, carcinogênicas ou mutagênicas; que provoquem distúrbios hormonais e que se revelem mais perigosos para o homem do que os testes de laboratório, com animais segundo os testes científicos. Portanto, pode-se constituir crime ambiental se os agrotóxicos liberados recentemente forem devidamente analisados. Devemos proibi-los, e os responsáveis por essa liberação devem ser presos.

Segundo a doutora Maria Caldas Pinto, do Centro de Ciências Humanas e Agrárias da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), as abelhas são fundamentais para a humanidade.

  1. Se as abelhas sumirem, boa parte dos vegetais também deixará de existir. Isso porque elas são responsáveis pela polinização de até 90% da população vegetal. Há, inclusive, apicultores que alugam abelhas para a polinização de fazendas. Pássaros e outros insetos também atuam na polinização, mas em escala muito menor.
  2. Com a queda drástica na quantidade de vegetais disponíveis, as fontes de alimentação de animais herbívoros ficarão escassas, gerando um efeito dominó na cadeia alimentar. Os herbívoros morrerão, diminuindo a oferta de alimento aos carnívoros, atingindo um número cada vez maior de espécies até chegar ao homem.
  3. Com poucos vegetais e carnes à disposição, valerá a lei da oferta e da demanda. A tendência é que os preços dos alimentos disparem, assim como os valores de outros artigos de origem animal e vegetal, como o couro, a seda e o etanol, para citar só alguns. Está formada uma crise econômica.
  4. Na luta pelo pouco alimento que restou, a população mundial pode iniciar conflitos e até guerras. A agropecuária em crise afetará vários setores da economia, gerando desemprego, queda geral de produtividade e insatisfação popular. Com fome, muitos morrerão ou ficarão doentes. Poucos conseguiriam sobreviver a esse caos.

Diante desse problema mundial, a ONU decidiu proclamar no dia 20 de maio o Dia Mundial das Abelhas para lembramos da importância da polinização para o desenvolvimento sustentável e como a extinção das abelhas afeta a nossa sobrevivência no futuro.

 

Compartilhe esse artigo!

Gostou desse artigo? Comente!

Quer divulgar o seu negócio aqui?
Chame no WhatsApp!