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A indústria da carne e o aquecimento global

interna vaca

O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) diz que, para reduzirmos o impacto ambiental, devemos mudar o nosso estilo de vida, por exemplo, dirigir carros elétricos e caminhar ou pedalar distâncias curtas; pegar trens e ônibus em vez de aviões; substituir viagens de negócios por videoconferências; usar varal em vez de máquina de secar roupa; aprimorar o isolamento térmico das casas; demandar produtos de consumo com baixo teor de carbono, etc. E também precisamos mudar a nossa alimentação, por exemplo, precisamos comprar menos carne, leite, queijo e manteiga; comer mais alimentos sazonais de origem local – e desperdiçar menos. Essas atitudes têm como objetivo diminuir as emissões de gases carbono.

Segundo informações da FAO, 14,5% dos gases do efeito estufa − aqueles que causam o aquecimento global − emitidos pela ação humana vêm do setor pecuário e, segundo a ONU, a pecuária tem emissões de gases superiores a todo o setor de transportes (carros, caminhões, trens, navios e aviões). Outros estudos afirmam que são emitidos 32 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, ou 51% de todas as emissões de gases de efeito estufa em todo o mundo.

De acordo com pesquisas, as vacas produzem 150 bilhões de litros de metano por dia. Os impactos causados pela agropecuária são responsáveis por 69% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil. Estão incluídos na conta poluentes decorrentes do processo digestivo e dejetos de rebanhos, o uso de fertilizantes e o desmatamento (43% das emissões nacionais).

Outro grande problema causado pela indústria agropecuária é o elevado consumo de água. Cultivar plantas para a alimentação animal representa 56% de toda a água consumida nos EUA. O cultivo de grãos consumidos pelos animais demanda muita água e esse montante, somado ao consumo direto dos bichos, representa faixas de consumo de água de 34-76 trilhões de litros por ano.

Um estudo publicado no ano passado pela Oxford Martin School, da Universidade de Oxford (Reino Unido), assinalava que, se todo mundo se tornasse vegetariano, as emissões da indústria alimentar em geral cairiam quase dois terços. “O objetivo em longo prazo é reduzir em 50% o consumo de produtos de origem animal até 2040”, aponta Cristina Rodrigo, porta-voz da organização.

Nós podemos adotar o movimento “Segunda sem Carne”, uma campanha da Sociedade Vegetariana Brasileira em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo. O movimento propõe conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de produtos de origem animal para alimentação tem sobre a sociedade, os animais, a saúde e o planeta, incentivando, assim, a redução do consumo de carne e, consequentemente, o aumento do consumo de leguminosas, frutas, cereais e verduras.

Indico também o documentário Cowspiracy, disponível na Netflix, que aborda como a agropecuária intensiva está dizimando os recursos naturais do planeta e por que essa crise tem sido ignorada por grandes grupos ambientalistas.

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