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Não desista da vida!

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Em todos os meus anos como leitora ávida, percebi que não precisamos necessariamente ler uma autoajuda para pensarmos sobre determinado assunto ou para tentarmos compreender algumas coisas da vida.

Leio de tudo um pouco – tá, não de tudo um pouco, porque morro de medo de livros de terror – e em todos os livros (fantasia, drama, romance, comédia romântica), eu sempre tiro algo deles. Um aprendizado, um pensamento novo, uma análise. Nunca finalizo um livro sem, pelo menos, tirar algo. Positivo ou negativo.

É claro que ao longo desses anos ouvi várias pessoas diferentes dizendo que esses “tipos” de livros são apenas passatempo, ora, até mesmo alguns críticos e pessoas do mundo acadêmico já disseram algo parecido. Na minha humilde opinião, essas pessoas não entenderam o livro ou simplesmente não conseguiram deixar aquele velho preconceito de lado para se aprofundar na história e entender realmente o que o livro queria passar.

Nem sempre uma mensagem será passada através de um texto acadêmico, nem sempre uma lição de vida será tirada de uma história real. Às vezes, o aprendizado sai das páginas de uma ficção. E isso não apenas para quem lê, mas também para quem escreve.

J.K. Rowling encontrou em Harry Potter um conforto para os seus filhos todas as noites ao colocá-los para dormir com uma história de um menino bruxo que dormia em um quartinho embaixo da escada. Christopher Paolini curtiu sua adolescência olhando pela janela de sua casa e imaginando um jovem e seu dragão lutando para combater o mal e salvar seu reino.

Foram em páginas de livros assim que encontrei refúgio e companhia nas horas mais difíceis. Durante anos, os livros foram meus melhores amigos e meus principais aliados em lutas diárias contra tristeza e a depressão, assunto que ainda é tratado com desdém hoje em dia.

Ela existe, ela está aí todos os dias. Ela age nas sombras, esperando apenas um pequeno deslize para te puxar para baixo, para te jogar em um poço fundo e frio, tão difícil de escalar que às vezes sua única vontade é desistir.

Não existe um tipo de pessoa, um tipo de infância, um tipo de viver para que ela escolha quem visitar. Pode ser que hoje ela decida atacar uma jovem rica, saudável, de família unida e amorosa ou então pode ser que ela decida se encontrar com um menino calado, tímido. Todos são o tipo favorito dela.

O que muitos não entendem é que a dor, a solidão e o desespero de pessoas que sofrem com esse mal é genuíno. Não precisa ter vivido uma tragédia para sentir essas coisas. Apenas dói. Às vezes tão profundamente que perdemos o ar, nos afogamos na tristeza e na solidão como um marinheiro atirado ao mar.

O grande segredo é você buscar em si mesmo aquela força que faz você batalhar todos os dias, porque você, meu amigo ou amiga, que sente e passa por tudo isso que acabei de escrever, é um(a) guerreiro(a). Não importa o motivo da sua tristeza. Como já dizia Andrew Parish, um dos personagens do livro “Entre o agora e o nunca”, de J.A. Redmerski: “Dor é dor, gata. Só porque o problema de uma pessoa é menos traumático do que o de outra, não significa que deva doer menos”.

Demorei a entender isso, mas por fim compreendi que cada um sabe a própria dor que sente e ela jamais será igual à de outra pessoa. Aprendi com os livros que todo mundo sofre, cada um de um jeito diferente. E, principalmente, aprendi que não devemos jamais desistir, devemos sempre olhar à nossa volta e ver o que temos de bom, de positivo, que nos faz querer levantar da cama e viver. Qualquer coisa serve: um filme, um livro, uma pessoa querida, um cachorro ou qualquer outro animal, precisamos sempre buscar apoio e força naquilo que nos faz bem, não importa o que ela seja.

Por isso, eu digo a você: não desista da vida. Ela é difícil, dura, às vezes triste e desanimadora, mas ela também é linda, feliz, leve e boa. Precisamos apenas aprender a olhar de diferentes pontos de vista.

 

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