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Por trás de uma grande mulher

Foto: Pixabay
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“Odeio ter chefe mulher. Mulher é emocionalmente variante” – frase desferida com naturalidade por um líder de setor com quem convivi por algum tempo em uma empresa que trabalhei. Na ocasião, sorri, respirei fundo e engoli meus trezentos argumentos. Hoje, empreendendo, reforço ainda mais minha admiração pelas minhas companheiras que fazem todo trabalho que qualquer homem faz, com o adicional de precisarem fazer isso no salto e maquiadas, além daquele esforço a mais para provar que são capazes pelo simples fato de serem mulheres. Uma amiga que trabalhou comigo na TV (na época, ela era cinegrafista, uma ocupação em que os homens ainda são maioria) escreveu: “Por trás de uma mulher de sucesso, existe um grupo de mulheres de sucesso que lhe dão suporte”. Verdade! Que bom perceber que, enfim, estamos olhando umas para as outras.

Durante toda a infância, nós, mulheres, fomos rodeadas por contos de fadas em que a princesa era perseguida pela bruxa. Duas mulheres rivalizando, a figura a ser destruída para que a protagonista pudesse viver seu “feliz para sempre” era, uma história após a outra, feminina. Dai crescemos e, nos embrolhos amorosos, tinha sempre a figura da “vadia”, “destruidora de relacionamentos” e todas as culpas sempre sobre a mulher. Estereótipo sustentado gerações e gerações pelas novelas e revistas de fofoca.

Não somos rivais! Somos companheiras. Ninguém entende melhor suas dores, dilemas, desafios e alegrias do que outra mulher, minha amiga. Os homens têm a chamada “parceiragem” e nós, até quando vamos insistir em rivalizarmos? Chega disso. Mary Kay Ash, fundadora de uma das maiores multinacionais de cosméticos do mundo, dizia “Não existe um lugar só no topo do pódio. Não existe apenas uma pérola. Todas podemos conquistar o topo”. Nossa luta diária é para sermos melhores do que nós mesmas apenas. Se pudermos contar com amigas para isso, fica um tanto mais divertido.

Neste meu primeiro ano empreendendo, a palavra que define é aprendizado. Cada tranco e barranco que a gente encara! No entanto, o que me enche de gratidão é perceber que vamos mais longe quando vamos juntas. Para cada vitória que posso listar nesse dia a dia, listo, sem esforço, mulheres que dividiram as conquistas comigo. É cada empresária que eu olho e digo: “Quando crescer, quero ser assim”. Não são minhas concorrentes. São minhas parceiras, minhas clientes, minhas colaboradoras e minhas amigas. Dizem que somos a média das cinco pessoas com quem mais convivemos, que sorte a minha ter mulheres tão extraordinárias ao meu redor. Assim, expediente após expediente, eu vou me misturando a elas. E a bruxa? No fundo, somos todas nós, só que o caldeirão agora é compartilhado.

 

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