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A comunicação nas empresas, na vida pessoal e o esconderijo

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Com os diversos meios utilizados hoje para a comunicação, como e-mail, WhatsApp, mensagem, Skype, entre outros, embora alguns desses também tenham a possibilidade de mensagem de voz e até de imagem, é cada vez mais comum o “esconderijo por trás da escrita”. Tanto nas empresas quanto na vida pessoal, o relacionamento se torna quase que robótico.

O “álibi” de formalização muitas vezes é pertinente e, principalmente nas relações comerciais, é válido, até para ter histórico de responsabilidades e outras questões que possam requerer registro. Mas acredito que não deva ser uma regra rígida. Ela tem que ser medida e avaliada.

A crise do país também potencializou aqueles que usam o “esconderijo” para desabafar seus problemas ou para quaisquer outros assuntos que tragam desgastes. O número de ligações telefônicas despencou. Muitos dizem: ligar só em último caso. E não creio que seja pelo custo da ligação, em boa parte das vezes.
Não é raro, nas empresas, verificar uma troca infindável de e-mails sobre um mesmo assunto. Muitas vezes, a dúvida é pequena, não fundamental, mas lá vamos nós digitar três linhas para dissipá-la.

Simples almoços, encontros e cafés têm sido cada vez mais raros. Só se fala em reunião. Como se as pessoas também, apesar de serem clientes, fornecedores, etc., não fossem muitas vezes amigos e, mesmo que não fossem, não pudessem falar até de outras coisas como família, situação do país, os projetos que têm em mente, saber o que o outro acha, enfim, o relacionamento próximo está acabando, enquanto os “grupos do WhatsApp” aumentam.

Carlos Drummond de Andrade, muito antes desses recursos todos que temos hoje, já observava isso em seu poema Sinal fechado. Naquela passagem narrada, as pessoas ainda se falavam de dentro dos seus automóveis. Agora imagino que fariam gestos ou falariam “depois eu te envio um e-mail…” ou “depois te ligo”. Sendo que esse segundo dificilmente acontece.

Dentro das empresas, não é raro verificar que o interfone é muito pouco utilizado. Eu mesmo recebo e-mail de pessoas que ficam próximas a mim e que poderiam falar, mas que enviam e-mail sobre coisas como: “vamos emendar o feriado?”

Nos diálogos escritos, também não há tom, nem semblante de rosto. Uma palavra mal entendida e lá se foi um cliente, fornecedor e até um familiar ou amigo.
Acredito que os meios de comunicação por escrito facilitaram muito a rapidez e a formalidade das relações entre as pessoas (a reativação de contatos no Facebook é extraordinária), até porque não dá para você replicar posts, leis e outras coisas verbalmente. Mas é preciso sempre verificar a hora de falar com o outro. E se aquele momento for propício, não perca a oportunidade de aproveitar ao máximo aqueles poucos minutos e dizer: “e aí meu amigo, como vão as coisas?”

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