Imagine mudar-se e ter que viver em uma cidade completamente diferente da sua. É essa a história do atual morador do Rio 2 e ator, Daniel Siwek. Nascido em Curitiba, o e locutor de rádio de 38 anos passou no concorrido teste para viver Abiú, em “Os Dez Mandamentos”. Aproveitamos a reta final da novela para conversar um pouco com o ator e saber, afinal, se valeu a pena. Confira:
De onde surgiu a vontade de ser ator?
Sempre digo que não me “tornei” ator, eu me “descobri” ator. Digo isso porque tornar-se implica se transformar, vir a ser algo. Enquanto que descobrir-se implica se revelar. Por isso, faz mais sentido pra mim. O ator já existia dentro de mim, ele só foi descoberto, revelado. A vida foi me revelando algo que sempre existiu dentro de mim.
Está valendo a pena abandonar a locução e investir na carreira artística?
Não encaro como abandono. Apenas não deixei passar uma oportunidade. Eu já vinha traçando minha carreira artística há dez anos – inclusive, durante a época em que trabalhei como locutor, não deixei de ser artista e de investir nisso. O trabalho como locutor também foi uma oportunidade que não deixei passar e que pagou minhas contas por um tempo, além de ter me ensinado muita coisa. Cresci muito com a experiência. A rádio me ensinou a pensar rápido, a ter dinâmica, a driblar problemas com bom humor e a rir dos meus erros.
É o seu primeiro trabalho profissional no ramo? Ou já fez outras coisas? Fale mais.
Não é, mas é a minha primeira novela em rede nacional. Eu sou ator há 10 anos. Comecei trabalhando com teatro e logo após passei a fazer trabalhos em vídeo, principalmente com produção de material didático à distância. Também fiz alguns trabalhos com teatro-empresa. Acabei fazendo trabalhos na TV, principalmente episódios de “Casos e Causos”, conjunto de telefilmes produzidos pela RPC, filiada da Rede Globo no Paraná. Dentre eles, um que me marcou muito foi a minissérie “Colônia Cecília”, com direção do cineasta Guto Pasko e produção da GP7 Cinema. Além de alguns curtas-metragens para o cinema.
Os 10 Mandamentos é uma novela de grande produção. Como você se sente participando de algo desse tamanho?
Acho que ninguém imaginava que a coisa tomaria a proporção que tomou, mas, de alguma forma, sabíamos que seria um produto de sucesso. Sabíamos do tamanho e da responsabilidade que essa produção teria. Imaginávamos que não seria apenas mais uma novela, mas, realmente e felizmente, as coisas superaram as expectativas de todos nós. Para mim, é certamente uma grande honra e um orgulho ter a oportunidade de estar participando desse produto que já é um marco da teledramaturgia brasileira.
Como está a mudança de Curitiba para o Rio? Quais são as principais diferenças?
A cidade do Rio de Janeiro já é por si só um grande desafio e uma aventura. O Rio é literalmente a cidade da beleza e do caos, e mais ainda, as duas coisas na mesma proporção. Nos primeiros meses, realmente foi um choque lidar com o ritmo e a maneira do Rio ser. As principais diferenças para mim são as distâncias e o trânsito. Sem deixar de lado a violência tão característica da cidade. Mas, por outro lado, a beleza natural e a riqueza de opções que a cidade te oferece te trazem um sentimento bom. É como se o Rio te dissesse: viva a sua vida com tudo que você pode.
Quais são as suas expectativas para o futuro? Pretende continuar no ramo artístico?
Eu sou um artista. Sempre vou ser. Viver, ou como digo “sobreviver”, no ramo artístico é outra questão. Eu pretendo, sim, continuar me desenvolvendo, aprendendo e vivendo da arte. Tenho meus limites e não me vendo a qualquer preço, isso é claro para mim. Minha expectativa é basicamente continuar a ter trabalho e poder viver desse ofício que tanto amo e que me satisfaz.
“Os Dez Mandamentos” termina nesta sexta e foi um dos maiores sucessos da Record.
