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Papel aceita tudo, inclusive boas ideias

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Foto: Flickr

 

Inventado pelos egípcios, cerca de 3.000 anos AC, derivado do latinpapyrus, que faz referência ao papiro, uma planta que cresce às margens do rio Nilo, o nosso bom e “velho” amigo papel nunca esteve tão em alta. A última Bienal do Livro, realizada no Rio de Janeiro, é exemplo disso. O evento literário vendeu cerca de 3,7 milhões de livros, recebeu 676 mil visitantes e arrecadou R$ 83 milhões em 11 dias de encontro, batendo recordes de público e vendas.

Confesso que fiquei tão surpreso quanto feliz quando li esta notícia. A exposição também homenageou o cartunista Mauricio de Souza que, aos 80 anos, permanece encantando as crianças com a Turma da Mônica. Na era digital, dos iBooks, do “professor” Google e de tantos outros recursos literários, as literaturas em papel permanecem em alta – como bem diz a letra desta eterna canção da música popular brasileira: “Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo, e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo” (Toquinho).

É verdade, uma folha de papel aceita tudo que nela for escrito ou desenhado. Através dos papiros e pergaminhos, foi escrita a nossa história. A Bíblia é o compêndio com 66 livros escrito por 40 autores (também chamados de escribas), no intervalo aproximado de 1.600 anos. É o mais valioso dos livros. Com o seu conteúdo histórico, profético e poético, é o livro mais vendido do mundo, com cerca de 3,9 bilhões de cópias vendidas.

Em “uma folha qualquer” compositores escreveram as mais belas canções, poetas escreveram poemas maravilhosos e Oscar Niemayer rascunhou as mais belas obras da nossa arquitetura. Quantas pessoas têm o hábito de rabiscar enquanto conversam (eu sou um desses) e quantos já não ouviram ou disseram: “vamos colocar no papel”; no jogo do bicho se diz: “vale o que está escrito”. Ao ser tentado por Satanás, Cristo respondeu-lhe três vezes usando a afirmação: “Está escrito”.

Ah: o meu primeiro contrato de coaching formal foi “selado” em um pedaço de papel num restaurante no Rio, em 2010 (papel que tratei de plastificar e guardar comigo até hoje). A atividade de um coach consiste em apoiar uma pessoa para que ela coloque no papel de maneira estruturada as suas principais ideias, que as passe por alguns crivos, que crie métricas que indiquem o sucesso e a direção e, após isso, desafia-la a tirar do papel e dar vida e direção a mais fascinante das histórias: a sua própria.

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