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Se eu deixar a vida me levar, o acaso vai me proteger?

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Foto: Flickr

 

Hoje, com menos cabelos e mais rugas, me recordo que cresci ouvindo músicas que me inspiraram e influenciaram. Alguns trechos de algumas delas ficaram marcados em minha memória. “Viver, e não ter a vergonha de ser feliz”, de Gonzaguinha. “Minha vida é andar por esse país, pra ver se um dia descanso feliz”, de Luis Gonzaga. “Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo, e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo”, Toquinho. A música tem um poder de ativar o imaginário humano, de liberar o potencial criativo, abrir a janela dos sonhos e de nos transportar a lugares, acontecimentos e épocas.

Convido o caro leitor, então, para refletir sobre dois trechos de músicas muito conhecidas, de personagens marcantes no nosso cenário musical. A junção é meramente ilustrativa, mas a reflexão é real e chama a atenção para os perigos de se permitir de fato que seja assim na sua vida. “Deixar a vida me levar” pode minimamente significar que você está como um “carona” e potencial vítima das circunstâncias. E o coaching está justamente na contramão dessa passividade. É cada vez mais comum e – por que não dizer? –às vezes inevitável, ser levado pelas circunstâncias da vida. A moda, as mídias, a opinião alheia, etc. Se Martin Luter King deixasse a vida o levar, talvez ele tivesse sido apenas mais uma das muitas vítimas da segregação racial americana de seu tempo. “I have a dream” foi o tema do seu emblemático discurso, que não o livrou da morte, mas o transformou em um mártir, e, em decorrência da atitude de não deixar a vida o levar, hoje, os EUA são governados por um negro: Barack Obama. E como se esquecer de Nelson Mandela, que, por não se deixar ser levado pelo destino que a vida lhe reservava como um negro africano, passou 27 anos da prisão? Dessa prisão, saiu para ser presidente, além de ter sido merecidamente homenageado com um Prêmio Nobel da Paz.

Jim Elliot tinha como curso natural de sua vida exercer o seu trabalho missionário confortavelmente nos Estados Unidos, porém decidiu por viver no Equador e anunciar aos índios as boas novas. Ele e os seus quatro amigos que os acompanhavam morreram fazendo o que amavam fazer. “Não é louco quem abre mão do que não pode reter para ganhar o que não pode perder” (Jim Elliot). Não poderia deixar de lado o apóstolo Paulo, um judeu com cidadania romana, em meio a uma implacável perseguição àqueles que seguiam o “caminho”. Não deixou a vida o levar, e, sim, transformou-a e se transformou em um grande líder em prol da pregação do evangelho de Cristo. “Não vos conformeis com esse mundo, mas transformai-vos…”. Estes foram exemplos claros de quem se planejou, de quem estabeleceu metas, de quem olhava para frente e não entregava sua vida ao destino. Faça uma reflexão, caro leitor, pois o coaching sugere que você planeje.

Esses são apenas alguns dos muitos exemplos de pessoas que não deixaram a vida os levarem, mas, a conduziram como reais protagonistas de suas histórias.

Há pouco tempo, milhares de pessoas se arvoraram por causa do fenômeno petróleo e gás, se matricularam em cursos em busca apenas de uma melhor remuneração. Será que uma vida louca, corrida, desprovida de valores morais, onde a regra do jogo é se dar bem a qualquer custo, ou vida ansiosa, oprimida e de aparências, é a vida que te convida para dançar e te conduz? Devo aceitar passivamente os rumos que me estão sendo impostos pelos rios da vida? Tenho realmente que me sentir constantemente como uma madeira boiando na correnteza? Será que uma noite bem dormida permanecerá sendo um sonho para mim? Passarei o restante dos meus dias em busca da forma ideal sem ao menos saber se essa é a melhor forma de viver? Convido o caro leitor a tomar para si as rédeas de sua vida e seguir firmemente em busca de seus ideais, enão viver a vida, as ideias e os ideais de outros.

Certamente, existe uma vida que foi feita exatamente com a sua medida. Quanto ao acaso, esse eu continuo crendo que não protege ninguém, esteja esse alguém atento ou distraído. Entre a “loucura” de acreditar que o acaso ou Deus pode me proteger, eu prefiro acreditar em Deus.

 

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