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A performance masculina vs. As “supermulheres”

Photo via VisualHunt.com
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Pós-modernidade, amores “líquidos”, elogio ao individualismo exacerbado até a enésima potência. Estes têm sido alguns dos conceitos mais badalados e mais na “moda”, em alta nas rodas de conversa destes tempos angustiados que correm, onde as relações afetivas se desfazem feito fumaça, pessoas correm angustiadas atrás da mais nova bugiganga tecnológica que está sendo badalada e celebrada em toda a mídia como o “item de tecnologia definitivo sem o qual você não pode mais viver” (e, consequentemente, vai ter que correr atrás e até se endividar para fazer parte do feliz grupo dos possuidores deste novo gadget ou amargar a angústia de fazer parte do grupo dos que estão fora da última onda hightech).

Se você passar por qualquer roda de conversa que se pretenda intelectualizada (ou pelo menos atualizada), repara-se que tem sempre aquele personagem que saca este ou outro dos conceitos desenvolvidos por Zigmunt Bauman (autor de Identidade líquida, Amor Líquido, Mal-estar da pós-modernidade, entre outros) e utiliza de forma mais do que liberal e aleatória no meio da conversa provocando aquele “OOOOhhh!!!” de admiração e assombro geral na rodinha de conversa, garantindo àquele indivíduo o status de “intelectual, um cara sintonizado com seu tempo, descolado, etc.” entre outros rótulos que este vai passar a ostentar a partir daí, como medalhas de mérito.

O que esta rodinha e este indivíduo que se passa por grande intelectual desconfiam é o quanto estes conceitos vêm refletindo, na prática, na frequência aos consultórios de psicoterapeutas como psicólogos e psicanalistas e de sexólogos, de homens de diversas idades que nos procuram com queixas que vão de disfunções sexuais, como ejaculação precoce e disfunção erétil, até o uso indiscriminado de auxiliares químicos que trazem uma ereção garantida e uma performance de fazer inveja a qualquer astro de filme pornô. Sim, porque o padrão de referência passa, cada vez mais, por esses personagens da fantasia erótica da era pós-moderna, onde as mulheres atingem orgasmos mais que múltiplos e siderais, e os homens exibem uma potência capaz de durar horas a fio, quando não duram uma noite inteira, sem descanso.

O que vemos, então, é um grande número de homens que trazem em seus relatos e queixas clínicas a presença constante de uma ansiedade aguda e avassaladora, quando não adentra o terreno da angústia completa, já que precisam (e são pressionados e martelados pelo discurso predominante desta mídia pós-moderna que elege como modelos de beleza e de performance estes verdadeiros super-homens e supermulheres tanto em termos estéticos, como da performance sexual) dar conta de uma tarefa impossível. Estes homens passam a ter a ingrata tarefa de precisar corresponder, por um lado, às demandas das novas mulheres que surgem independentes e cada vez mais poderosas, mas que por sua vez também reproduzem modelos comportamentais tipicamente masculinos (no sentido mais antigo e menos elogiável destes), que esperam destes homens uma performance digna deste imaginário erótico prêt-à-porter e produzido para o consumo de massa, assim como também de suas próprias demandas de terem essa performance quase mitológica, para poderem se sentir, ao menos, candidatos a esse grupo de quase semideuses do desempenho sexual (uma eleição na qual sempre sairão perdedores, porque é impossível de se competir com a fantasia e o mito).

Por outro lado, esta pressão invisível e perversa realimenta o ciclo de ansiedade e de ataques de angústia, em um quadro verdadeiramente compulsivo, onde o círculo vicioso se repete até que se possa romper pela mera constatação de que somos apenas (e felizmente!) humanos, e a dimensão das relações não precisa necessariamente passar por essa angústia pós-moderna, de euforia quase histérica em lugar de felicidade, de performance sexual em vez de encontros onde o prazer dos parceiros envolvidos é o que está em pauta e não uma mera exibição de atletismo sexual ou de competir com o impossível que se encontra no terreno do imaginário e da fantasia.

Pós-modernidade, amores “líquidos”, elogio ao individualismo exacerbado até a enésima potência. Estes têm sido alguns dos conceitos mais badalados e mais na “moda”, em alta nas rodas de conversa destes tempos angustiados que correm, onde as relações afetivas se desfazem feito fumaça, pessoas correm angustiadas atrás da mais nova bugiganga tecnológica que está sendo badalada e celebrada em toda a mídia como o “item de tecnologia definitivo sem o qual você não pode mais viver” (e, consequentemente, vai ter que correr atrás e até se endividar para fazer parte do feliz grupo dos possuidores deste novo gadget ou amargar a angústia de fazer parte do grupo dos que estão fora da última onda hightech).Se você passar por qualquer roda de conversa que se pretenda intelectualizada (ou pelo menos atualizada), repara-se que tem sempre aquele personagem que saca este ou outro dos conceitos desenvolvidos por Zigmunt Bauman (autor de Identidade líquida, Amor Líquido, Mal-estar da pós-modernidade, entre outros) e utiliza de forma mais do que liberal e aleatória no meio da conversa provocando aquele “OOOOhhh!!!” de admiração e assombro geral na rodinha de conversa, garantindo àquele indivíduo o status de “intelectual, um cara sintonizado com seu tempo, descolado, etc.” entre outros rótulos que este vai passar a ostentar a partir daí, como medalhas de mérito.O que esta rodinha e este indivíduo que se passa por grande intelectual desconfiam é o quanto estes conceitos vêm refletindo, na prática, na frequência aos consultórios de psicoterapeutas como psicólogos e psicanalistas e de sexólogos, de homens de diversas idades que nos procuram com queixas que vão de disfunções sexuais, como ejaculação precoce e disfunção erétil, até o uso indiscriminado de auxiliares químicos que trazem uma ereção garantida e uma performance de fazer inveja a qualquer astro de filme pornô. Sim, porque o padrão de referência passa, cada vez mais, por esses personagens da fantasia erótica da era pós-moderna, onde as mulheres atingem orgasmos mais que múltiplos e siderais, e os homens exibem uma potência capaz de durar horas a fio, quando não duram uma noite inteira, sem descanso.O que vemos, então, é um grande número de homens que trazem em seus relatos e queixas clínicas a presença constante de uma ansiedade aguda e avassaladora, quando não adentra o terreno da angústia completa, já que precisam (e são pressionados e martelados pelo discurso predominante desta mídia pós-moderna que elege como modelos de beleza e de performance estes verdadeiros super-homens e supermulheres tanto em termos estéticos, como da performance sexual) dar conta de uma tarefa impossível. Estes homens passam a ter a ingrata tarefa de precisar corresponder, por um lado, às demandas das novas mulheres que surgem independentes e cada vez mais poderosas, mas que por sua vez também reproduzem modelos comportamentais tipicamente masculinos (no sentido mais antigo e menos elogiável destes), que esperam destes homens uma performance digna deste imaginário erótico prêt-à-porter e produzido para o consumo de massa, assim como também de suas próprias demandas de terem essa performance quase mitológica, para poderem se sentir, ao menos, candidatos a esse grupo de quase semideuses do desempenho sexual (uma eleição na qual sempre sairão perdedores, porque é impossível de se competir com a fantasia e o mito). Por outro lado, esta pressão invisível e perversa realimenta o ciclo de ansiedade e de ataques de angústia, em um quadro verdadeiramente compulsivo, onde o círculo vicioso se repete até que se possa romper pela mera constatação de que somos apenas (e felizmente!) humanos, e a dimensão das relações não precisa necessariamente passar por essa angústia pós-moderna, de euforia quase histérica em lugar de felicidade, de performance sexual em vez de encontros onde o prazer dos parceiros envolvidos é o que está em pauta e não uma mera exibição de atletismo sexual ou de competir com o impossível que se encontra no terreno do imaginário e da fantasia.

 

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